Perfis I-shaped, T-shaped e E-shaped

Neste post vamos falar um pouco sobre tamanho de times em implementações de sistemas, utilizando práticas DevOps, e uma comparação dos Perfis I-shaped, T-shaped e E-shaped para ajudar na formação dos times e identificação dos perfis profissionais que contribuem neste cenário.

Há muita discussão sobre o tamanho dos times, então vale considerar:

By Scrum: “O tamanho ideal do time de desenvolvimento é pequeno o suficiente para se manter ágil e grande o suficiente para completar um trabalho significativo dentro da Sprint”.

  • < 3 integrantes diminuem a interação e resultam em menor ganho de produtividade.
  • > 9 integrantes é exigida muita coordenação, geram muita complexidade para que um processo empírico seja útil.

Entre os principais motivos de manter os times com as dimensões citadas acima estão:
tamanho-time

Adicionalmente, o livro Desenvolvimento de software com Scrum (autor Mike Cohn), traz as seguintes relações de:

livro-desenvolvimento-software
  • Tamanho de equipe x produtividade por pessoa: a produtividade média por pessoa vai caindo em equipes maiores.
  • Tamanho de equipe x esforço do desenvolvimento total: e o esforço total para entregar um projeto de mesmo tamanho é menor em equipes menores.
tamanho-equipe-produtividade tamanho-equipe-esforco

Perfis Profissionais
O I-Shaped é o profissional com conhecimento aprofundado, mas em um único assunto (especialista). O T-Shaped é generalista e navega melhor em outras áreas. Já o E-Shaped é autossuficiente por possuir forte experiência em diversas áreas.

perfis-profissionais

E por isso, o perfil profissional E-shaped é geralmente recomendado para trabalhar com DevOps, pois trata-se de profissionais com alto potencial, capacidade de execução e experiência em diversas áreas.

perfis-profissionais-shaped

DevOps Self-Assessment

Antes de iniciarmos a Jornada DevOps na organização, considero muito importante avaliar com o C-Level da empresa a disponibilidade de budget, recursos e prazo (famosa tríplice restrição) para direcionar esta iniciativa. Os benefícios do DevOps podem ajudar a alavancar o entendimento e patrocínio do projeto, itens essenciais para o sucesso desta implementação.

Outro ponto é o problema a ser resolvido com a adoção de práticas DevOps. Isso deve estar muito bem alinhado com o investimento a ser realizado, pois cada empresa possui uma necessidade diferente, por exemplo, em uma empresa de pequeno porte com baixo investimento, será necessário automatizar todos os processos? Talvez um processo bem definido no ciclo de desenvolvimento seja uma boa recomendação.

Além disso, o nível de maturidade de cada organização varia e também a expectativa da evolução nas áreas de conhecimento. De novo, nem todas as empresas precisam atingir patamares de High Performers (imagem abaixo), mas é importante uma autoavaliação para ajudar a conhecer melhor suas deficiências e direcionar  as priorizações de trabalho.

high-performers

O Modelo de Gartner é bem conhecido e considera a maturidade da organização em  relação a processos, pessoas, cultura e tecnologia. A imagem abaixo demonstra como estas áreas se conectam e a representatividade de cada uma.

modelo-gartner

Outro modelo bem conhecido é o Microsoft DevOps Assessment que traz questões para avaliar as seguintes áreas: processo, tecnologia e automação, cultura, medições e resultados. Estes itens compõem a estrutura organizacional para desenvolvimento e entrega de software, habilidades imprescindíveis para entregar valor aos clientes.

Há dois tipos de Assessment, the short form (que leva cerca de 20 minutos) e the comprehensive form (que leva cerca de 40 minutos). Algumas perguntas são realizadas, tais como:

  • Processo: como você planeja, prioriza e programa atividades?
  • Tecnologia: quais arquivos você mantém no controle de versionamento?
  • Cultura: como o time colabora, compartilha riscos, inova e aprende?
  • Medições: como é medido a qualidade do código?
  • Resultados: qual a frequência de deploy para produção na sua organização?

Ao final do assessment, o resultado é a teia de aranha em duas visões, na primeira (lado esquerdo) com visão geral da maturidade em todas as áreas, e na segunda (lado direito), a visão mais aprofundada dos itens avaliados na área de Tecnologia.

assessment-result

Com este resultado em mãos, certamente você terá uma orientação de quais áreas devem ser trabalhadas com prioridade. E assim, você consegue compartilhar os resultados do progresso e trazer as evoluções (níveis de maturidade) do processo na organização.

Pitch – apresentando o seu negócio

O Pitch iniciou fortemente no mundo das startups, e vem ganhando espaço nas empresas por propiciar um modelo muito direto de apresentação de ideias do negócio a investidores, parceiros e clientes.

Além de ser aplicável a outros cenários, como por exemplo, substituir o Business Case para iniciação de um projeto, e não somente a apresentação de ideias de negócio. Há pelo menos três pitchs muito utilizados no mercado:

  • Elevator Pitch: “discurso de elevador” que ajuda a elaborar uma apresentação rápida do negócio. O livro Quality is Still Free conta o uso da técnica para provocar as mudanças desejada.
  • One-sentence Pitch: forma sucinta de descrever o seu negócio – o propósito da empresa, mercado, problema e diferencial.
  • Pitch Deck: slides que dão suporte a apresentação.

Existem alguns modelos para construir o Pitch. Em geral, a apresentação deve ser realizada em 15-20 minutos e ter o conteúdo suficiente para atrair o interesse de investidores.

1. Quem somos
Overview da equipe, mentores, parcerias e patrocinadores. Este ponto é muito importante, pois os investidores consideram toda a história e credibilidade dos sócios fundadores. Também compartilhar o nome da empresa, logomarca, etc.

profile

2. O Problema
Aqui é importante descrever o problema a ser resolvido. Qual é o mercado? Quem é afetado? Quão profundo é o problema.

problema-resolvido

3. A Solução
Um resumo da solução proposta. O que é seu produto e serviço? Como funciona? E o foco da empresa.

solucao

4. Modelo de negócios e investimento
Descrever o modelo de receita da empresa, como será a cobrança dos produtos e serviços, incentivos oferecidos aos clientes. A visão financeira (CAPEX e OPEX) e produtos que serão oferecidos para gerar a receita da empresa.

modelo-receita

financeiro

5. Mercado
Aproveite para trazer bons insights do mercado. Qual a oportunidade do negócio, mercados potenciais, perfil do consumidor e tamanho do mercado.

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6. Concorrência
Quem são os concorrentes? Trazer os principais players de mercado e como o teu negócio pode ser impactado com eles. Quais os seus pontos fracos a serem melhorados?

concorrentes.jpg

7. Estratégia de crescimento
Qual a projeção de crescimento para o seu negócio? Qual o volume de vendas e usuários esperados para os próximos meses/anos?

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8. Planos futuros
É possível explorar novos modelos de receitas? E as evoluções do produto e serviço oferecido? O Business Model Canvas pode apoiar na estruturação do modelo de negócio da sua empresa.

business-model-canvas

9. Saída
Por fim, compartilhe as principais saídas do negócio, identificando quem são os potenciais compradores do seu negócio e outras formas do investidor ter saída.

saidas-negocio

 

Transformação digital – análise e tendências

Neste artigo vou compartilhar um pouco do que tenho visto em fóruns, eventos e cases de empresas sobre transformação digital. O objetivo aqui é relacionar os principais pontos de estruturação da mudança e o propósito de realização na empresa.

CONCEITOS INICIAIS
Em suma, a transformação digital é vista nas organizações como a mudança que utiliza tecnologias e modelos de negócios para alavancar o desempenho da empresa e a experiência do cliente. O foco é na melhoria estratégica, desempenho financeiro e resposta à ruptura digital. Atualmente, também há muita relação com o poder de gerar mudanças com tecnologias poderosas como big data, mobile, IoT, IA (inteligência artificial), etc.

Existem diversas leituras e cases de implementação digital nas empresas. Um dos pontos centrais é a mudança organizacional, considerando o por que transformar, o que deve ser feito e como fazer as mudanças necessárias. Outro ponto é o time-to-market e a disrupção nas empresas, permitindo entregar valor continuamente aos clientes. Por fim, o contexto e a maturidade da organização são bem considerados em transformações.

livros-transformacao-digital.png

MUDANÇA ORGANIZACIONAL

  • Por que transformar? Há inúmeros motivos e cada empresa possui uma razão mais clara, desde o aprimoramento de serviços ao diferencial competitivo (como em serviços inovadores).
  • O que deve ser feito: entre os temas que ganham prioridade na cadeia de valor organizacional – o modelo de negócios, os processos, as pessoas, a estrutura, os produtos (ofertas) e o engajamento.
  • Como fazer: a “agilidade digital de negócios” vem sendo a principal capacidade de desenvolvimento nas organizações. É composta por três componentes:
    • Consciência das tendências: capacidade de reconhecer tendências futuras que impactarão a organização. O caso da Blockbuster, por exemplo, ficou bem conhecido por não ter detectado a mudança para streaming de vídeo como uma alternativa aos DVDs.
    • Tomada de decisão informada: capacidade de analisar ativamente as informações coletadas nas tendências (analytics, redes sociais, etc.). Adotar uma boa infraestrutura (cloud, etc.) e governança apoiam na colaboração e gerenciamento do conhecimento.
    • Execução rápida: a capacidade de execução rápida, criando a cultura de aprendizado contínuo (mais tolerante a falhas). Os conceitos de DevOps, métodos ágeis e MVPs (produto mínimo viável) são bem aplicáveis. Também deve ter prioridade a quebra de silos e burocracia organizacional.


OUTROS ASPECTOS

O livro “Transformação Digital: repensando o seu negócio para a Era Digital” (David L. Rogers) relaciona 5 domínios estratégicos em mutação para observarmos mais de perto – clientes, competição, dados, inovação e valor.

O i-scoop traz alguns conceitos do desenvolvimento de habilidades core em várias áreas de negócio (relacionadas no desenho abaixo), conectando os pontos e superando os silos internos em direção aos objetivos. O Digital Disruption (também no desenho abaixo) traz uma visão holística da transformação digital com várias fontes de disrupção, colocando aspectos como customer experience, evoluções tecnológicas e inovação com um propósito claro são elementos cruciais.

A pesquisa da Capgemini traz alguns mitos sobre a transformação digital:

Mito Realidade
Tudo se resume a customer experience Existem oportunidades em eficiência, produtividade e pessoas
Digital é principalmente para empresas de tecnologia ou B2C Oportunidades existem em todas as indústrias, sem exceção
A transformação digital irá acontecer independente da TI A relação entre TI e negócios é chave de sucesso e deve ser melhorada
A transformação vem de iniciativas pequenas A transformação precisa vir do topo para ter entendimento claro do que é esperado nesta transição

ANÁLISE & IMPACTO
O relatório The Global State of Digital do Hootsuite, revela o impacto da transformação digital em 2019 nas atividades dos consumidores no Brasil:

  • 61% usam mobile banking
  • 38% usam meios de pagamento mobile
  • 45% realizam compras online utilizando o mobile

Já o Business Insider, demonstra que mais de 85% das interações com clientes serão gerenciadas por chatbots até 2020, um aumento expressivo da inteligência artificial. Em pesquisa patrocinada pela Dell Technologies, algumas iniciativas foram mencionadas com o apoio de alavancagem:

  • 67% utilizam a tecnologia digital para acelerar o desenvolvimento de novos produtos e serviços
  • 53% adotam o desenvolvimento ágil
  • 70% possuem iniciativas de desenvolvimento das habilidades necessárias para a força de trabalho
  • 63% compartilham conhecimento entre as funções

Em pesquisa realizada por Gartner, envolvendo 460 executivos, demonstra que 62% possuem iniciativas para transformar o negócio mais digital. Em outra pesquisa, de Grant Thornton, revela que mais de 2/3 dos CFOs e executivos financeiros seniores, planejam aumentar o investimento em tecnologia para acelerar a mudança no negócio.

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A pesquisa da Forrester revela que 46% dos entrevistados acreditam que ao menos metade da receita será influenciada por Digital até 2020. Já o Fórum Econômico Mundial sugere que o valor da transformação digital para a sociedade e indústria pode atingir cerca de $ 100 trilhões até 2025. Outra pesquisa, feita pela IDC:

API-IDC


TENDÊNCIAS PARA 2019
Em pesquisa realizada por Gartner, a transformação digital passa a ser mainstream e lidera entre as prioridades dos CIOs para 2019, sendo que 33% das empresas nas etapas de escala ou refino de maturidade. Apenas 4% das empresas não terão iniciativa digital  para este ano. Entre as principais iniciativas:

  • Adoção da cultura data driven
  • Marketing – estímulo a experimentação e tolerância ao risco
  • Inteligência Artificial
  • Empoderamento de equipes – com times multidisciplinares para acelerar a entrega de produtos de alto valor

Certificações e cursos DevOps

No último post – Leituras recomendadas: Livros de DevOps e SRE – fiz um resumo dos principais livros que ajudam a alavancar seus conhecimentos em DevOps. Este, sem dúvida, é um bom ponto de partida na compreensão de conceitos e aplicabilidade das práticas.

Vale verificar o teu propósito de aprendizado com base nos três pilares do DevOps – Pessoas, Processos e Ferramentas, pois existem diversas áreas de conhecimento a profissionais de DevOps (alguns mais direcionados a área técnica e outros a gestão). Em ferramentas, sugiro iniciar por algumas destas áreas de conhecimento:

  • Sistemas Operacionais: Linux, Windows
  • IaaS Providers: Microsoft Azure, Google Cloud e Amazon Web Services
  • PaaS Providers: CloudFoundry, Pivotal Cloud Foundry (PCF) e Heroku
  • Virtualização: VMWare, Hashi stack e Oracle VirtualBox
  • Gestão da Configuração: Puppet, Chef, Ansible e SaltStack
  • Integração Contínua e Build: Jenkins, Bamboo, Travis e Concourse
  • Ferramentas de Versionamento: GIT (GitHub, GitLab, BitBucket), SVN
  • Container e orquestração: Docker, rkt; Kubernetes, OpenShift
  • Application Performance Monitoring (APM): NewRelic, AppDynamics, Splunk, DataDog e Dynatrace
  • Log Analysis & Monitoring: ElasticSearch, Logstash, Kibana(ELK)

Cursos
Alguns cursos, em modalidade online ou presencial, podem contribuir nesta jornada de aprendizado e a praticar algumas ferramentas.

agenda-devops Pratico.io
O Curso DevOps Foundation aborda os conceitos fundamentais e práticos na implementação das práticas DevOps em sua organização.
linkedin-learning Linkedin Learning
É um ambiente de aprendizado pago, mas possui cursos interessantes. Possui conteúdo técnico em aplicação de ferramentas, mas também de overview das práticas DevOps e áreas de conhecimento.
4linux

4Linux
Curso de formação DevOps que combina prática e dinâmica. Foco em containers (Docker), GC com Puppet , provisionamento em Ansible e automação com Jenkins e Rundeck, Clouds Privadas com Openstack.

Estabilis
A Estabilis oferece treinamento DevOps Foundation e Professional que podem servir de preparação também para a prova de certificação da EXIN. Possui conteúdo teórico, prático e estudo de caso.
TI Exames
O curso online da TI Exames de DevOps Professional traz conceitos de práticas DevOps e Ágil. O foco do treinamento é nas áreas de conhecimento, não utiliza aplicação de ferramentas.

Certificações
As certificações seguem a mesma linha. Existem algumas mais aderentes a um público de background técnico, com interesse em aprofundar conhecimentos em ferramentas. E outras certificações que avaliam os conceitos e áreas de conhecimentos de DevOps.

exin-devops

EXIN DevOps
O Professional foca no The Three Ways, controle de mudanças e compliance. Já o Master, na combinação de princípios, conhecimentos e habilidades práticas.

azure-certified Azure DevOps Engineer Expert
▫Design a DevOps strategy
▫Implement DevOps development processes / CI / CD / dependency management / infrastructure / continuous feedback
aws-certified AWS Certified

Entre o Fondational até o Specialty, há diferentes cursos que são bem interessantes como DevOps Engineer e Cloud Practitioner.

certiprof-devops CertiProf
Esta certificação avalia os conceitos iniciais de DevOps. A estrutura engloba a introdução, conceitos, outras práticas recomendadas, cultura e ferramentas.
itcerts Itcerts
Possui a certificação DevOps Essentials, InfoSec Foundation e Cloud Security Foundation. Todas juntas certificam em DevOps Security (SecDevOps).
DevOps Certification.org
▫Certified DevOps Generalist
▫Certified DevOps Executive
▫Certified DevOps Project Manager▫Certified DevOps Engineer
▫Certified DevOps Release Manager
▫Certified DevOps Information Security Engineer

▫Certified DevOps Trainer
▫Certified DevOps Coach

DevOps Institute
▫DevOps Foundation, Leader e DevSecOps Engineering
▫Continuous Delivery Architecture, DevOps Test Engineering, Value Stream Mapping for DevOps
▫ITSM for DevOps