Portfolio Plans – Feature Timeline e Epic Roadmap no Azure DevOps

O Portfolio Plans é um novo recurso do Azure DevOps (ainda em fase Beta), muito interessante para gestão ágil, pois permite a visualização do timeline dos projetos e respectivas Epics > Features a serem entregues nas Sprints.

1. Estruturação das Sprints: para começar a utilizar este recurso, o primeiro passo é a estruturação das Sprints dos times de projeto no Azure DevOps. Acesse Project Settings > Project Configuration > Iterations. Crie as Iterations (Sprints) com data de início e fim conforme seu projeto.

2. Criação do Backlog: em seguida, crie o backlog do projeto (o ideal é fazer o refinamento e distribuir as tarefas entre as Sprints, de acordo com a capacidade dos times). Acesse Boards > Backlogs e crie os Work Items, estruturando em Epic – Feature – User Story – Task.


Em Boards > Sprints, o backlog da Sprint pode ser inserido devidamente, de acordo com o planejamento. Inclua as tasks daquela Sprint, fazendo isso para cada Sprint.

3. Portfolio Plans: em Portfolio Plans, crie um novo plano e a adicione as Epics e Features que serão exibidas no Project Plan.

Visualize então as Epics e Features devidamente distribuídas nas Sprints do projeto. Em cima da caixa da Epic (ou da Feature), clique em “…” e tenha acesso as configurações de:

  • Set dates: ajustar as datas de início e fim da Epic/Feature.
  • Drill down: visão a um nível mais baixo de detalhe.
  • View dependencies: visualizar a dependência (se existir) entre Epics ou entre Features.

No símbolo da engrenagem (parte superior), também pode ser configurada a visualização do progresso por completed count (quantidade de work items completos) ou Effort (story points ou horas completas dos work items).

E a visão na Feature Timeline das Features distribuídas entre as Sprints.

Sensacional! Com este novo recurso, ficou muito mais fácil estruturar o backlog do projeto em times ágeis e visualizar o planejamento de entrega para cada produto.

Modern Agile

Nos últimos anos, em meio a adoção de métodos ágeis nas organizações, além da conhecida notoriedade e benefícios obtidos (time to market, adaptação as mudanças, previsibilidade, colaboração, etc.), também está presente em muitas discussões os ajustes ou aspectos em que o manifesto ágil, criado em 2001, não aborda em sua plenitude.

Alguns valores e princípios ágeis devem então ser atualizados? O princípio ‘Working software is the primary measure of progress’, por exemplo, não menciona o valor entregue com o software em funcionamento. O que muitas vezes pode direcionar o time a entrega de software “pronto” ao invés do resultado desejado.

Além do Google, Amazon, Etsy e AirBnB, outras empresas já consideram utilizar o Modern Agile? O criador do Modern Agile sugere que sim, por ser muito leve e muito mais amplo que o Manifesto Ágil. Eis a definição:

Modern Agile is ultra-light, the opposite of mainstream Agile, which is drowning in a bloated tangle of enterprise tools, scaling frameworks and questionable certificates that yield more bureaucracy than results.

Joshua Kerievsk

O Modern Agile não prescreve papeis, responsabilidades ou práticas específicas. É definido por quatro princípios orientadores:

  • Torne pessoas sensacionais
  • Faça da segurança um pré-requisito
  • Experimente e aprenda rápido
  • Entregue valor a todo instante

E como ficam estes princípios se compararmos com o Manifesto Ágil:

Torne pessoas sensacionais

Não é uma prescrição de como tornar as pessoas sensacionais, e sim levar isso como objetivo. Kathy Sierra traz ótimos insights no livro Badass: Making Users Awesome, como por exemplo, descobrir o que está impedindo nossos usuários a fazerem mudanças essenciais para ajudá-los a obter resultados impressionantes.

A Modern Agile sugere a dedicação de esforço para tornar todos em nosso ecossistema impressionantes – equipe, clientes, fornecedores, entre outros. Claro que não é uma tarefa fácil, e por isso exige esforços para inovações disruptivas ou Big Hairy Audacious Goals.

Faça da segurança um pré-requisito

A segurança vem como princípio fundamental para tornar as pessoas sensacionais, criando ambientes propícios aprendizado contínuo e tolerância a falhas. Seth Godin dizia que “as pessoas não tem medo do fracasso, elas tem medo da culpa”. A culpa traz negatividade e não ajuda ninguém.

Por isso que em um famoso caso da Google, onde o engenheiro do time Adwords assumiu o erro em um serviço que custou U$ 1 M da receita, não houve demissão, e sim aprendizado sobre o causa do problema, reforçando a cultura aprendizagem contínua. Sim, a colaboração é essencial.

Experimente e aprenda rápido

E certamente não há pessoas sensacionais ou ambientes seguros como pré-requisito se não houver aprendizado. Nós aprendemos rápido fazendo experimentações contínuas, e isso, deve ser “seguro a falhas”, já que validação de hipóteses exige tempo de verificação e alguns descartes no que não faz mais sentido.

Este item é vital para diferenciá-lo dos concorrentes, experimentando com frequência e aprendendo com tudo isso para entregar valor aos usuários, que pode deixá-los sensacionais.

Entregue valor a todo instante

Trata-se de entregar valor ao usuário continuamente de forma rápida. Verifique seu processo interno e como ele habilita a entrega de valor rapidamente ao mercado. Em caso de desenvolvimento de aplicações, mantenha o software em working state o tempo todo.

Orientação a valor é bem diferente de número de itens entregues. Então, veja o que está sendo criado em termos de valor e não em % de entrega.

Bimodal TI e Gartner

Com a dinâmica do mundo digital, as organizações precisam evoluir constantemente seus processos internos, adequando a velocidade de entrega com a expectativa de novas releases aos usuários. Outro ponto é a estabilidade dos ambientes, uma black friday, por exemplo, prejudicada por indisponibilidade ou erro em deploy, certamente irá comprometer o resultado financeiro daquele ano.

O Bimodal é a prática de gerenciar estes dois estilos de trabalho separados, mas coerentes – um focado em previsibilidade e o outro em exploração. Ambos são essenciais para a geração de valor e mudança organizacional significativa. Nenhum deles é estático. A essência da capacidade bimodal está em combinar a evolução mais previsível de produtos e tecnologias (modo 1) com o novo e inovador (modo 2).

  • Modo 1: é direcionado a áreas mais previsíveis e bem compreendidas. Concentra-se na exploração do conhecido e abordagem linear de mudanças com ênfase em previsibilidade, estabilidade, precisão e confiabilidade.
  • Modo 2: otimizado para as áreas de incerteza e experimentação para resolver novos problemas. As iniciativas geralmente baseiam-se em hipóteses que são validadas e adequadas conforme necessário.

Em pesquisa realizada por Gartner, o gerenciamento da incerteza (capacidade de mover adiante mesmo quando o futuro é incerto) é fundamental para o sucesso na era digital. Mais de 40% das organizações descrevem já ter iniciado esta jornada, assim como 3/4 das organizações já estariam em algum nível de maturidade do Bimodal em 2017.

Entre as principais vantagens do modelo Bimodal estão:

  • Promover a inovação na empresa, mesmo em cenários que exigem estabilidade e predominância de sistemas legados
  • Adequar a área de TI como estratégica, permitindo a organização manter-se competitiva no mercado
  • Em pesquisa da Red Hat, 70% dos entrevistados acreditam que o bimodal apresenta maior agilidade em relação ao modelo tradicional
  • E também 44% perceberam redução no time to market

Outro ponto é a gestão e comunicação do modelo Bimodal para não criar bifurcação ou desentendimento do propósito. A interação de posições operacionais com projetos de inovação pode ser bem vista do ponto de desenvolvimento e engajamento dos colaboradores, além de ajudar a manter todo o stack tecnológico atualizado.

Por fim, considere o apoio e patrocínio onipresente para a mudança, devido as mudanças significativas nas políticas internas e na forma como os recursos serão gerenciados. O engajamento da equipe e parcerias estratégicas também são imprescindíveis nesta implementação.