DevOps, Ikigai, Gamificação e F4P – despertando o propósito no CI/CD

O acordo do time é essencial para alavancar as entregas contínuas orientadas a valor. Como orquestrar então “processos – pessoas – ferramentas” neste contexto? Utilizando conceitos do Ikigai, Gamificação e Fit For Purpose (F4P), este trabalho demonstra como equilibrar o compromisso das entregas com o que gostamos de fazer. Também compartilha os resultados obtidos com a transformação cultural, envolvendo as boas práticas de desenvolvimento, o comprometimento com CI/CD e a gestão ágil.

Link de acesso do material: Agile Trends 2019 – Leonardo Matsumota.

  • Ikigai: contextualização da filosofia e correlação entre o ser humano e seu trabalho, em busca do propósito entre paixão, missão, profissão e vocação.
  • F4P: utilização do F4P Card (adaptado), Fitness Box Score e Matriz (aderência x identidade) para identificar a satisfação dos colaboradores com a empresa.
  • Hard Skill Canvas: traz alinhamento, transparência e melhoria contínua ao time, conhecendo as competências técnicas que o time precisa para os produtos da organização.
  • Engajando CI/CD: senso de pertencimento, cadência e gestão.
  • Gamificação: ampliando as boas práticas com senso de colaboração e conhecimento.
  • Formato de trabalho: Squads, OKRs e camadas de engajamento.

 

Leitura recomendada

Fit for Purpose: How Modern Businesses Find, Satisfy, & Keep Customers (English Edition) por [David J Anderson, Alexei Zheglov]Continuous Delivery: Reliable Software Releases through Build, Test, and Deployment Automation (Addison-Wesley Signature Series (Fowler)) (English Edition) por [Jez Humble, David Farley]

SAFe 5.0 – uma prévia do novo Scaled Agile

Com o ritmo acelerado das mudanças nos negócios, as organizações precisam ajustar seus modelos atuais de negócio, habilitando a inovação tecnológica e a entrega contínua de valor aos clientes. Devido à forte concorrência no mercado, os usuários estão cada vez mais exigentes, encontrando várias opções de produtos e ferramentas que auxiliam na hora da compra. As empresas precisam compreender melhor seus pensamentos e atitudes, conectando-se a seus valores.

Se antes, as organizações eram estruturadas com modelos de trabalho a longo prazo, na atualidade, o objetivo é tornar a organização mais flexível a mudanças (capacidade de adaptação rápida) com base na entrega contínua de valor, cultura, pessoas e modelo operacional. Tudo isso resume o conceito do Business Agility.

Na semana de 29/Set à 04/Out aconteceu o Global SAFe Summit 2019, onde foi apresentada a nova versão do SAFe (Scaled Agile Framework), o framework SAFe 5.0. Esta nova versão conecta o propósito do Business Agility, propagando práticas de Lean e Agile a toda organização para habilitar a entrega contínua de valor (citada anteriormente) com produtos e serviços inovadores.

E como ficou o SAFe 5.0? Ele foi estruturado com base em sete competências da Lean Enterprise, consideradas essenciais para implementação do SAFe. Cada competência é formada pelo conjunto de habilidade, conhecimento relacionado e comportamentos que habilitam as empresas no Business Agility. Em resumo, as competências ficaram seguinte forma:

Cinco competências
Introduzidas desde o SAFe 4.6, permanecem, mas com ajustes importantes. São elas:

  • Lean-Agile Leadership: possui foco na mudança organizacional, descrevendo como os líderes conduzem e capacitam indivíduos/equipes a maior produtividade e inovação.
  • Team and Technical Agility: o que as equipes precisam para criar soluções de alta qualidade? Esta competência descreve as habilidades e os princípios e práticas Lean-Agile para obter aumento da produtividade e qualidade.
  • Agile Product Delivery: abordagem centrada no cliente para criar produtos ou serviços de valor.
  • Enterprise Solution Delivery: descreve como aplicar os princípios e práticas Lean-Agile ao processo de desenvolvimento de software.
  • Lean Portfolio Management: visa o alinhamento da estratégia com a execução, aplicando conceitos de Lean e Systems Thinking aos investimentos da empresa.

Duas competências (adicionais)

  • Organizational Agility: descreve como os times otimizam seus processos de negócio (também utilizando Lean Thinking) e estruturam rápida adaptação a mudanças para aproveitar novas oportunidades.
  • Continuous Learning Culture: a promoção da cultura de aprendizado, descrevendo valores e práticas que incentivam os colaboradores a buscar continuamente novos conhecimentos e competências para contribuir com a inovação organizacional.

Outras mudanças

A estrutura anterior (SAFe 4.6) possuía o nível Program Level (coordenação das ARTs – Agile Release Train) e o nível Team (times multifuncionais que construíam e entregavam valor na ART) que foi unificado em um único nível Essential no SAFE 5.0. O nível Essential contém o conjunto mínimo de papeis, eventos e artefatos (agora com o time de negócios fazendo parte do trem) necessários para fornecer soluções de negócios continuamente através das ARTs. Utiliza três competências principais: Team and Technical Agility, Agile Product Delivery eLean-Agile Leadership.

Também adicionado um novo princípio #10 Organize around value que representa a vantagem competitiva na qual a organização pode responder as necessidades dos clientes e soluções inovadoras. Isso exige alta colaboração entre as áreas afim de gerenciar desperdícios, atrasos, dependências e handoffs.

Leitura recomendada

SAFe 5.0 Distilled (English Edition) por [Knaster Richard, Leffingwell Dean]

Digital Engagement- Sistema de registro e engajamento

Continuando a abordagem do Bi-modal Gartner, outro conceito importante e mencionado no livro The DevOps Handbook é o Sistema de registro e engajamento. Entre os quatro fluxos de valor estão:

  • Serviço virgem: uma nova iniciativa de software.
  • Serviço abandonado: produtos que já atendem a clientes e estão no mercado há anos.
  • Sistema de registro: centralizados para gerenciar uma única fonte de dados na organização. Contém todo o suporte para a entrega de valor ao cliente . Inclui o gerenciamento dos dados, transações, segurança e privacidade.
  • Sistema de engajamento: interage diretamente com o cliente. Incentivam a interação dos clientes e usuários com a organização por meio de apps, portais colaborativos, etc.

E assim, segundo o conceito de TI Bimodal de Gartner (prática de administrar dois estilos de trabalho separados, mas coerentes: um focado na previsibilidade, o outro na exploração), classifica o sistema de registro e engajamento na seguinte tabela:

Sistema Tipo Bimodal Ritmo de mudanças
Registro Modo 1: fazer direito com foco em estabilidade e confiabilidade Mais lento e costumar ter requisitos normativos e conformidade
Engajamento
Modo 2: fazer rápido com foco em flexibilidade e inovação Mais rápido e permite experimentos em ambientes incertos

Enquanto no sistema de registro, a vantagem é lidar com tarefas burocráticas e demoradas, como conformidade, segurança e privacidade (por exemplo utilizando a telemetria e automação para gerar as evidências), por outro lado, o sistema de engajamento demonstrará a confiabilidade da inovação em ciclos de entregas rápidos, por exemplo, novas funcionalidades que melhoraram a conversão de clientes em 40% no e-commerce da empresa.

Samoore contextualiza que o engajamento digital certamente inicia com os sistemas de engajamento (as tecnologias que permitem aos usuários interagir com a organização), conectando aos sistemas de registro que mantêm os dados sobre a pessoa e sua história com a organização. Os sistemas de insight por fim executam as análises para apoiar essa individualização e tornar a interação relevante.