Com a evolução contínua no modelo de negócios, onde as empresas precisam de adaptação rápida e time to market, um bom critério de priorização é primordial para avaliar os projetos (ou requisitos dos times) e evitar desperdícios, além de maximizar ao máximo a entrega de valor ao negócio.
Muitas empresas ainda estão viciadas no ciclo de receber/trabalhar/entregar muita demanda, porém isso entrega valor ao negócio? E quanto aos critérios de priorização? Desta forma, vamos abordar algumas técnicas de priorização que ajudam a direcionar o esforço das equipes, baseado em critérios.
Outro ponto é a aplicabilidade. As técnicas abaixo foram criadas com um propósito específico (a serem utilizadas em projetos ou requisitos), mas podem ser adaptadas a outros níveis (time, programa ou portfólio). Também vale avaliar se o mercado é B2C ou B2B, pois a validação de hipóteses com os usuários finais podem gerar indicadores que servem como critério de priorização (tais como conversão, churn, uso, etc.).
MoSCoW
O MoSCoW (Must have, Should have, Could have and Won’t have) é uma das técnicas de priorização, geralmente utilizada com timeboxing – deadline fixado e o foco é nos requisitos mais importantes. Ajuda a comunicar o que será feito de imediato ou não.
- Must Have (Deve Ter): são as funcionalidades imprescindíveis para o projeto. Devem ser refinadas (ou aprofundadas) para melhorar o entendimento do time.
- Should Have (Deveria Ter): é importante ter, mas não são imprescindíveis.
- Could Have (Poderia Ter): seria bom ter, mas não são essenciais. Porém, entregá-las pode ser um diferencial ao cliente.
- Won’t Have for Now (Não Terá por Enquanto): por hora não será feito, já que não gera valor ao negócio naquele momento.
RICE
Outro acrônimo para Reach (Alcance), Impact (Impacto), Confidence (Confiança) e Effort (Esforço). Os três primeiros itens da matriz são pontuados e divididos pelo último. Isso ajuda a medir o impacto de cada tarefa no todo e a determinar a prioridade mais alta do backlog.
Fórmula: R * I * C / E
- Reach: qual o alcance desta tarefa (pessoas impactadas)?
- Impact: o grau do impacto nas pessoas
- Impacto Massivo: 3
- Grande Impacto: 2
- Médio: 1
- Baixo: 0,5
- Impacto Mínimo: 0,25
- Confidence: quão confiante estamos nas estimativas
- Alta confiança: 100%
- Confiança média: 80%
- Baixa confiança: 50%
- Mínima confiança: 20% ou menor
- Effort: o tempo necessário para concluir a tarefa
BASICO
A BASICO possui seis critérios que apoiam a priorização de projetos e processos. Cada critério é pontuado de 1 a 5 e o resultado é a soma dos critérios (1 = pior cenário; 5 = melhor cenário). As maiores notas são priorizadas.
- Benefícios para a empresa
- Abrangência dos resultados
- Satisfação do cliente interno
- Investimento necessário
- Cliente externo satisfeito
- Operacionalidade simples
GUT
Outra opção é a GUT que possui três critérios e pontuação de 1 a 5 também para classificar a prioridade dos projetos.
- Gravidade: classifica as ações que você precisa realizar conforme o impacto que elas terão em outras atividades ou projetos;
- Urgência: considera o tempo restante para resolver cada situação;
- Tendência: é uma projeção da velocidade que um problema não resolvido pode levar para piorar.
WSJF (Weighted Shortest Job First)
A técnica WSJF, criada por Don Reinertsen e recomendada no SAFe, apoia a priorização de features, maximizando o custo do atraso (COD – Cost of Delay) e a duração do trabalho. E assim, em regra geral:
- Features com a mesma duração = priorizar as que possuem maior custo do atraso, pois assim minimizaria o custo total.
- Features com o mesmo custo de atraso = priorizar as que podem ser lançadas mais rapidamente, pois assim minimizaria o custo do atraso.
Como o custo do atraso e duração das features podem variar muito de uma para outra, o WSJF contribui muito na priorização com a seguinte fórmula:
- WSJF = Cost of Delay / Job Duration (Job size)
E o custo de atraso é calculado da seguinte forma:
- Cost of Delay = User Business Value + Time Criticality + Risk Reduction and/or Opportunity Enablement
Fonte: SAFe (Scaled Agile Framework)
Technical Certainty x Business Agreement
Entre as diversas matrizes que existem para priorização de requisitos, a matriz da Tech and Business Review da Lean Inception é uma que sintetiza bem o valor do negócio x esforço para construção das features. Possui nove quadrantes.
- Technical Certainty: como o time de desenvolvimento avalia a complexidade para criar a funcionalidade.
- Business Agreement: quão bem o negócio concorda com o que entra na feature.
As features de certeza técnica baixa (E) e valor de negócio baixo ($) são descartadas do MVP de imediato. Assim como, certeza técnica média (EE) e valor de negócio baixo ($); também são descartadas as features do quadrante certeza técnica baixa (E) e valor de negócio médio ($$). As demais serão avaliadas conforme a técnica da Lean Inception.
Outras técnicas
- Modelo Kano
- QFD (Quality Function Deployment)
- Opportunity Scoring
- Buy a feature
- Matriz de Eisenhower (Urgência X Importância)
- Matriz Esforço x Impacto
- Matriz de Custo x Benefício
Leitura recomendada