Continuando o post anterior sobre o roteiro DMAIC, onde tivemos a introdução de conceitos e as fases D (Define) e M (Measure), nesse aqui iremos abordar as fases seguintes que são A (Analyze), I (Improve) e C (Control).
4. Analyze
O objetivo da fase Analyze é desenvolver as mudanças e encontrar a causa raiz do problema. A análise é essencial para trazer conhecimento ao processo atual, por isso veremos técnicas que ajudam a criticar o processo atual e sugerir mudanças que resultarão em melhorias.
Evite procurar a perfeição (síndrome da utopia e da paralisia) e fazer mais do mesmo, pois são problemas conhecidos no desenvolvimento da mudança.
Comparação entre os dois tipos de mudança:
1ª ordem | 2ª ordem | |
Sistema | Não é alterado | É alterado |
Percepção do cliente | Solução do problema | Melhoria |
Prazo | Imediato, curto | Médio, longo |
4.1. Diagrama de Causa e Efeito
Também conhecido como Diagrama Espinha de Peixe ou Ishikawa, o Diagrama de Causa e Efeito é uma técnica para descobrir, organizar e agrupar conhecimento a respeito das causas que contribuem para um determinado efeito. É muito usada no início do desenvolvimento de mudanças para alinhar o conhecimento da equipe a respeito do problema.
Há seis causas “comuns” (método, mão-de-obra, máquina, meio-ambiente, material e medição) proposta pela técnica. É claro que, ao aplicar na área de TI, pode haver outras causas necessárias a testar, coletando dados e realizando experimentos.

4.2. Lean
Enquanto o Six-Sigma está mais relacionado ao controle da qualidade, o Lean é uma filosofia de gestão inspirada nas práticas do Sistema Toyota, focada no controle da quantidade de produção para reduzir os desperdícios. Os sete desperdícios considerados são: superprodução, transporte, movimentação, excesso de processamento, estoque, defeito e tempo de espera.
A imagem abaixo resume os 4 P’s e os 14 princípios do TPS, além do JIT (Just in time) e Jidoka, pilares do Lean.

A análise de valor é percepção do cliente para determinar o que é desperdício:
- Atividade que agrega valor (AV): atividade necessária p/ produzir um produto ou serviço e adiciona valor sob o ponto de vista do cliente
- Atividade que não agrega valor (NAV): atividade realizada para produzir um produto ou um serviço, mas que não adiciona valor sob o ponto de vista do cliente.
4.2.1. A Casa do Lean
Assim como uma casa, que precisa ser construída apropriadamente para ter êxito, o Lean considera o uso adequado de estratégias para obtenção do sucesso.
A fundação inicia-se pela confiança, objetivos e o buy-in dos colaboradores e da liderança, sendo o suporte aos demais processos. As paredes, em geral, servem para otimizar os processos (eliminar desperdícios, melhorar a eficiência e a qualidade). O telhado é o foco no cliente e protege o resto da estrutura de encontrar problemas.

4.3. Sistema empurrado e puxado
No sistema empurrado, cada atividade entrega o resultado quando está pronto. Isso pode resultar em acúmulo de lotes com muitos intervalos.
Já o sistema puxado, cada atividade entrega o resultado apenas quando a próxima atividade precisa de sua entrada.
- Disparado pelo cliente (externo e interno)
- Minimiza o inventário e retrabalho devido a defeitos
- Há poucos desperdícios
- São ágeis em responder à demanda do cliente
4.4. VSM (Value Stream Mapping)
O Mapeamento do Fluxo de Valor é utilizado para apoiar os times a construir o fluxo de valor, que concretiza uma necessidade em um produto ou serviço para entrega de valor ao cliente. Facilita a identificação de desperdícios, gargalos, custos, etc.
É aplicável quando se busca oportunidade de melhoria em uma linha de produção, segundo a teoria dos desperdícios.

4.5. Poka Yoke
É uma ferramenta que ajuda a prevenir falhas humanas nos processos. “Tornar fácil fazer certo e difícil (quase impossível) fazer errado”. Muitas vezes é mais fácil alterar sistema do que o comportamento humano para prevenir os erros.
Os métodos Poka Yoke são: lembretes, diferenciação, restrições e exibições.
Tipos de Poka-Yoke
A prova de erro (preventivo) | A prova de falha (detectivo) |
Elimina a possibilidade de ocorrência da falha ou defeito específico, através do projeto | Detecta a falha ou defeito, caso ocorra, e previne que a não-conformidade continue no processo |
5. Improve
A mudança como uma predição. Nessa fase, as soluções são criadas para resolver os problemas identificados na fase de Analyze (causa raiz de cada um). As principais ferramentas e praticas utilizadas são:
- Plano de Ação – 5W2H
- Kaizen
- Matriz de Priorização
- 5S
E verificar o grau de convicção da mudança: desenvolvendo, testando (em ciclos) e implementando as mudanças. Utiliza-se base de comparação histórica / simultânea e verificação de pontos vulneráveis.

6. Control
O objetivo de monitorar os resultados obtidos é de perpetuar os conhecimentos e as melhorias conquistadas. Um plano de controle recomendado para manter as melhorias:
- Realizar o plano de implementação com a abordagem 5W2H
- Documentar o novo sistema
- Treinar os envolvidos
- Monitorar o sistema: manter o resultado e fonte de aprendizado. Existem técnicas simples, como a elaboração check-lists, e técnicas mais complexas, como o uso de controle estatístico de processos.
- Estender o conhecimento e as melhorias conquistadas
- Reconhecimento das pessoas envolvidas
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