A 7ª Edição do PMBOK incorporou mudanças significativas em sua estrutura (content & standard), substituindo a abordagem prescritiva (orientada a processos) para uma abordagem mais orientativa, ou seja, baseada em princípios com foco maior na entrega de valor, onde as praticas ficam disponíveis e são usadas de acordo com a aplicabilidade e ambiente organizacional.
Isso corresponde ao nosso cenário atual, onde vivemos num mundo repleto de incertezas e ambiguidade, explicado pelo BANI (frágil, ansioso, não-linear e incompreensível) e VUCA (volátil, incerto, complexo e ambíguo). O Cynefin framework é muito utilizado para entender e distribuir os projetos em domínios de acordo com a sua complexidade.
Outra mudança é a criação dos Domínios de Desempenho (ao invés de áreas de conhecimento), um grupo de atividades relacionadas para atingir os resultados do projeto e a realização do valor de negócio. São oito domínios de desempenho no total: stakeholders, equipe, ciclo de vida, planejamento, project work, delivery, measurement e ambiguidade/incerteza.

Os 12 Princípios do Project Delivery em The Standard for Project Management são:
- Stewardship: “the careful and responsible management of something entrusted to one’s care“, ou seja, liderar com diligência, ser inspirador, cuidando de pessoas no sentido de promover mudanças no ambiente para gerar confiança, lealdade, espírito acolhedor de equipe.
- Equipe: construir uma cultura de responsabilidade e respeito, mantendo a equipe em constante evolução.
- Stakeholders: engajar e compreender suas necessidades e interesses.
- Foco em valor: realização do valor com o projeto (a entrega de resultado é mensurada através de valor).
- Pensamento holístico: systems thinking que usa a abordagem holística para o desenvolvimento da solução, incorporando todos os aspectos de um sistema e seu ambiente.
- Liderança: mais do que servir, a liderança tem papel fundamental na inspiração da equipe e desenvolvimento de pessoas.
- Tailoring: adaptar e entender o projeto de acordo com o seu contexto – não tem one size fits all.
- Qualidade: promover qualidade e controle nos processos e resultados do produto.
- Navegar na complexidade/incerteza: é saber que existe ambiguidade/complexidade e endereça-las com o modelo mais apropriado.
- Opptys/Threads: gerenciar as ameaças e oportunidades.
- Adaptabilidade e resiliência: adaptação a mudanças como foco no Value Delivery.
- Mudança: ser favorável a mudanças para atingir o estado futuro desejado.
Value Delivery System
O Value Delivery System possui foco na entrega de valor, onde a Estratégia define a missão, metas e objetivos da organização. Tudo isso serve como base das decisões de valor para os investimentos no Portfolio da empresa. A gestão de Programas e Projetos é essencial para entregar os produtos e resultados esperados. Há então análise de impacto nos negócios (com base nos outcomes dos projetos), e o Portfolio é revisado ou ajustado para futuras entregas.
Por fim, garantir que o business value realization (realização do valor do negócio) aconteça em Operações para garantir não somente a entrega do projeto, mas também que os valores de negócios sejam conquistados para a organização. A análise de Value Performance é realizada continuamente para apoiar a definição da estrategia organizacional.

Todas essas transições (estrategia – portfolio – programas e projetos – operações) compõem o Ambiente Organizacional e devem estar bem alinhadas para sincronizar diferentes níveis organizacionais no fluxo de entrega de valor.
Referências
